quarta-feira, dezembro 28, 2005

O Madeiro

No post anterior tentei incluir um link para algum site onde a tradição do Madeiro de Penamacor estivesse explicada... mas não encontrei nenhum suficientemente completo. Assim, aqui fica uma breve descrição desta tradição beirã. Qualquer contribuição em relação a este tema é bem vinda.


Na noite de 7 para 8 de Dezembro os rapazes das sortes (jovens que nesse ano vão à inspecção militar) vão cortar os troncos (normalmente sobreiros velhos) que hão-de ser empilhados no adro da Igreja Matriz de Penamacor (Igreja de S. Tiago). Antigamente esta madeira era por vezes oferecida por grandes proprietários, outras vezes roubada... Actualmente costuma ser oferecida e retirada de terrenos da Câmara Municipal.
Também a forma como é arrancado, cortado e transportado o Madeiro até à vila sofreu alterações. Se antes era cortado à força de braços, com machados, hoje as moto-serras e recto-escavadoras substituem esse esforço. E já não é em carros de bois que os troncos chegam ao adro, mas sim em tractores e camionetas.
No local onde se corta o Madeiro a noite é muito concorrida. Há sempre muito e bom vinho e boa carne assada na brasa para os rapazes das sortes, para os que vão ajudar e para aqueles que só lá vão ver...

À saída da missa do dia 8 (Dia de Nª Srª da Conceição) chega o Madeiro ao destino, entre cantorias, buzinanelas e laranjas (roubadas pelo caminho) atiradas à população pelos jovens encavalitados em cima dos grandes troncos. É aí, no Alto da Praça, como é vulgar chamar ao adro em Penamacor, que aguarda, imponente, a chegada do Natal.

O costume diz que deve ser posto a arder na noite da consoada, quando os fiéis saírem da Missa do Galo, para aquecer o Menino, acabado de nascer.
Porém um grupo de jovens, há cerca de 15 ou 20 anos, por brincadeira ateou o fogo ao Madeiro na noite anterior à prevista. E nos anos seguintes a "brincadeira" manteve-se, vindo os Bombeiros apagar o Madeiro, sendo depois reacendido na noite correcta. Acontece que actualmente já há quem diga que esta é que é a tradição: acender o Madeiro na noite de 23 para 24. Não é. E pior, devido a esta nova tradição na noite de 24 o volume de madeira está já quase reduzido a metade.

A tradição diz também que um bom Madeiro deve durar até aos Reis. E esta tradição tem sido interpretada de forma a que cada ano se tente fazer um Madeiro maior que o anterior, chegando a ter dimensões muito superiores ao aceitável. No entanto, deitam no meio da pilha de troncos pneus e gasolina para arder melhor, logo mais rápido, e lá se vai mais uma tradição... ultimamente o Madeiro nem ao Ano Novo chega!

Algumas imagens que guardo associadas ao Madeiro são a de ver senhoras ir lá buscar brasas para a sua braseira, poupando assim algumas pinhas e carvão; era também frequente as pessoas ficarem à volta desta grande fogueira após a Missa, sendo que rapidamente apareciam uns garrafões de vinho, umas chouriças para assar, umas filhós, e enquanto se aqueciam (quer fosse pelo lume, quer fosse pelo vinho) lá surgiam espontaneamente as canções de Natal; lembro-me de uma figura típica, o Borreguinho, com o seu acordeão a acompanhar essas canções; e intercalada com as quadras que apresentei no post anterior ouvia-se ainda cantar:
Natal, Natal
Natal, Natal
Filhozes com vinho
Não fazem mal

terça-feira, dezembro 27, 2005

Natal em Penamacor

"Alegre-se o céu e a terra
Cantemos com alegria
Que já nasceu o Menino
Filho da Virgem Maria

Ó meu Menino Jesus
Ó meu menino tão belo
Logo vieste nascer
Na noite do caramelo

Entrai pastores, entrai
Por esse portal sagrado
Vinde adorar o menino
Que está nas palhas deitado"


Ao redor do Madeiro - grande amontoado de troncos colocados nos adros das Igrejas e ao qual é ateado o fogo na noite da consoada - era costume juntarem-se os que saíam da Missa do Galo e os que não íam e cantar o tema cuja letra reproduzi acima.

O Madeiro mantém-se, ainda que tenham mudado a tradição (sem razão aparente) de o pôr a arder de 23 para 24 de Dezembro. Mas as poucas pessoas que ainda passam por lá não ficam muito tempo e já não se ouve cantar o Menino Jesus...

Nota: Esta imagem é do Madeiro de Aranhas (Concelho de Penamacor)

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Feliz Natal

Deixo-vos alguns postais de Natal que fiz(*) hoje... Podem sempre enviar a um(a) amigo(a)...

(*) Para evitar confusões devo informar que as imagens não são, obviamente, minhas (Com muita pena. Em particular a última). Eu só as aproveitei e incluí o texto... As duas primeiras são da GettyImages e a da gaja boa é do site da Playboy.





quinta-feira, dezembro 15, 2005

Fast X-mas


Nesta vida acelerada que levamos, até o Natal passa a correr!

quarta-feira, dezembro 07, 2005

...mais um!

Realizou-se mais um Celta. A décima segunda edição deste festival de tunas aconteceu nos dias 2 e 3 deste mês no Parque de Exposições de Braga.
Desde há treze anos que a Azeituna proporciona aos que gostam deste género musical (e também aqueles que só gostam da folia) um espectáculo de referência no panorama tunal português.

Organizar um certame com a dimensão do Celta significa muito mais do que os dois dias do evento podem deixar transparecer. Acabou agora o 12º e, o mais tardar no início de Janeiro, há já contactos que precisam ser estabelecidos para preparar o 13º.
Entre outras coisas, para poder apresentar cada edição do Celta, a Azeituna precisa reservar com antecedência o espaço (PEB), enviar os convites para as tunas participantes, alugar luz e som profissionais, garantir alojamento e refeições às tunas participantes (cerca de 25 elementos por tuna) durantes os dias do certame, preparar material de divulgação e fazer essa mesma divulgação, realizar festas nas noites do festival para confraternização dos tunos...
Pelo meio ficam ainda uma quantidade de outras tarefas, igualmente importantes para o sucesso da festa, como a decoração do espaço onde decorre o espectáculo, envio de convites a todas as personalidades e entidades que de alguma forma ajudam à concretização do Celta, criação do júri, envio de press-releases... Estes são, talvez, os trabalhos maiores ou mais dispendiosos.

E como fazer para conseguir pagar tudo isto?
Essencialmente conseguindo patrocínios, realizando mais umas quantas festas nos dias que antecedem o Celta (servem também como forma de promoção) e com as receitas da bilheteira.

Aos que apelidam os elementos das Tunas de borrachões, que dizem que andam na Universidade só por causa dos copos e a roubar lugar aos que querem estudar, eu pergunto: Quantas vezes já se envolveram em projectos de envergadura semelhante? Acham-se capazes de meter mãos-à-obra num qualquer evento do vosso agrado?

Há, nas Tunas como em tudo, excessos que são condenáveis, mas não serão estes agrupamentos universitários um bom tubo de ensaio para preparar cidadãos dinâmicos e participativos?

terça-feira, novembro 29, 2005

Fim-de-semana 2

Subir ao castelo de Monsanto às 18h00, já noite, com vento e com uma temperatura a rondar os 4º foi um misto de "Quem diabo é que teve a brilhante ideia de concordar em subir lá acima com este frio?" com "Epá! Isto aqui é espectacular."

O R. e o J. foram só mais dois de vários amigos que levei a conhecer a Aldeia mais portuguesa de Portugal, mas nunca lá tinha estado à noite e - apesar da subida íngreme e da temperatura - rendi-me a um Monsanto que desconhecia.

Fim-de-semana 1

Na sexta-feira fui com o R. e o J. a Castelo Branco. Já lá não ía há muito tempo, mas como de costume marquei presença no Património.
É verdade que não conheço quase nada da actual noite albicastrense, mas enquanto este espaço se mantiver com a qualidade a que me habituei, não preciso de mais para dar o tempo como bem passado.

Nesta antiga casa apalaçada, podemos optar por três espaços distintos (Bar; Bar de Jazz e Lounge Bar) e no Verão temos também duas esplanadas muito agradáveis.

Foi no Bar que ficámos a maior parte da noite e, enquanto conversávamos e bebíamos umas Sagres, o autor dos quadros em exposição ía fazendo surgir mais uma criação.

Tivemos direito a assistir nessa noite, por assim dizer, a pintura ao vivo.

P.S.: Esqueci-me de anotar o nome do pintor... :(

sexta-feira, novembro 25, 2005

...

quinta-feira, novembro 24, 2005

...e por falar em Jazz

Saímos só para tomar um café, mas...
"My Funny Valentine" foi interpretada a pedido, ainda que não estivesse ensaiada;
"Lamento" seguiu-se a uma conversa sobre chorinhos;
Dançámos ao som de um slow fox de que não me lembro o nome;
E fomos presenteados, primeiro com o tango "Adiós Muchachos" e em seguida com o bolero "Perfídia".
Foi assim, a convite e na companhia da I., e com a música de Alex (piano e voz) e Xico R. (contrabaixo) que passei um serão fabuloso.

Aconteceu no remodelado Classic Jazz Bar, que reabriu este mês. O novo espaço é agora também restaurante, sem perder a sua orientação de bar de jazz.
Recomendo uma visita.

Dee Dee Bridgewater

Já ouvi alguns temas de Dee Dee Bridgewater na Antena 1 e gostei do que ouvi.
Esta cantora jazz, com um extenso repertório e participações em diversos musicais, é uma artista de referência no género.

O último trabalho desta Senhora do Jazz é um álbum com temas românticos, cantados em francês, alguns dos quais bastante conhecidos, como "La mer (Beyond the sea)", "Ne me quitte pas" e "La vie en rose", entre outros. Trechos desses temas podem ser escutados aqui.

No entanto, quando vi a capa deste disco assustei-me. O tema que dá nome ao álbum não é mais nem menos do que "J'ai deux amours", que em português quer dizer Eu tenho dois amores!
Não pude deixar de me lembrar do nosso Marco Paulo e do seu super hit dos anos oitenta... e cheguei a temer que a Dee Dee Bridgewater estivesse a cantar qualquer coisa parecida com:

J'ai deux amours, [ta-ra-raan]
qu'en rien sont égaux, [ta-ra-raan]
mais je ne suis pas certain, [ta-ra-raan]
lequel j'aime plus...

terça-feira, novembro 15, 2005

H5N1

Avtchim!

sexta-feira, novembro 11, 2005

Acordo Ortográfico

Em Agosto tive de formatar o disco do Mac em que trabalho para instalar o novo sistema operativo e deparei com esta preciosidade... Na altura até fotografei mas só agora é que voltei a mexer na pasta onde guardei esta imagem.

Pois bem, o assistente de intalação do Mac OSX 10.4 (Tiger) a determinada altura do processo pede-nos para escolher a configuração do teclado - Português ou Brasileiro - e apresenta o seguinte texto: Escolha um leiaute de teclado e clique em Continuar

Devo confessar que só percebi o que aquela palavra queria significar quando a li em voz alta...

O que também não compreendi foi que tipo de diferenças haverá entre um teclado configurado em Português e outro em Brasileiro. A opção de escolha da linguagem - Português (Standart) ou Português (Brasil) - percebe-se que exista, e ainda bem...
Mas que diferenças poderá haver no teclado? Será que o "ç" perde a cedilha? Será que o til muda para a tecla de baixo? E será que na tecla "6" encontraremos "meia"?
Pelo sim, pelo não, optei pelo leiaute português...

sexta-feira, outubro 28, 2005

Equador

Terminei ontem a leitura do best seller de Miguel Sousa Tavares, Equador. Aliás, foi já hoje, eram umas 4 horas da madrugada...
Gostei de o ler. Não posso dizer que tenha sido o livro que mais me surpreendeu, mas gostei.

(Do mesmo autor, mas de um género muito diferente, gostei mais do Não Te Deixarei Morrer David Crocket.)

Mas no Equador apreciei a sua descrição dos espaços onde a acção se desenrolava, a ponto de me suscitar a vontade de conhecer essas "ilhotas", no meio do Atlântico. Quem sabe...

Entretanto descobri este post (link inactivo) no blog Esplanar. Trata-se de um comentário feito por alguém cuja leitura foi, decerto, mais atenta que a minha...

sexta-feira, outubro 21, 2005

Prazeres

Jamie Cullum, Justine & Brooks e Monte Cristo. Foi este trio que escolhi para começar o final de semana!
Já não saboreava uma música, sentia o aroma de um whiskey nem ouvia o queimar de uma cigarrilha, com esta calma, com esta tranquilidade, há muito tempo.

Gosto de me dar estes prazeres, de quando em quando.
E se algumas vezes me sabe bem porque não penso em nada. Doutras vezes sabe-me bem porque consigo pensar em tudo, e com mais clareza.
Não o faço como terapia. Faço-o quando estou bem, para explorar todos os sentidos, sem pressas, sem distracções.

Estes são momentos solitários que só têm razão de ser assim, sem mais nada, sem mais ninguém. Só jazz, whiskey e tabaco. Chega-me!
Às vezes... só às vezes...

terça-feira, outubro 11, 2005

Jorge Drexler

Ouvi, talvez há dois meses atrás, uma música deste uruguaio na Antena1. Gostei, mas não consegui perceber o apelido...
Voltei a ouvir falar dele há uns dias no canal GNT, numa entrevista à Maria Rita sobre o seu novo álbum. E desta vez anotei o nome.

Esta é a letra do tema que passaram na telefonia.
Muito bom!


MILONGA DEL MORO JUDÍO

Por cada muro un lamento
en Jerusalén la dorada
y mil vidas malgastadas
por cada mandamiento.
Yo soy polvo de tu viento
y aunque sangro de tu herida,
y cada piedra querida
guarda mi amor más profundo,
no hay una piedra en el mundo
que valga lo que una vida.

Yo soy un moro judío
que vive con los cristianos,
no sé que Dios es el mío
ni cuales son mis hermanos.

No hay muerto que no me duela,
no hay un bando ganador,
no hay nada más que dolor
y otra vida que se vuela.
La guerra es muy mala escuela
no importa el disfraz que viste,
perdonen que no me aliste
bajo ninguna bandera,
vale más cualquier quimera
que un trozo de tela triste.

Y a nadie le dí permiso
para matar en mi nombre,
un hombre no es más que un hombre
y si hay Dios, así lo quiso.
El mismo suelo que piso
seguirá, yo me habré ido;
rumbo también del olvido
no hay doctrina que no vaya,
y no hay pueblo que no se haya
creído el pueblo elegido.

terça-feira, setembro 27, 2005

Tabagismo

Deixar de fumar está a pôr-me os nervos em franja!
Já me tinham dito que se fica muito nervoso, sem um pingo de paciência, rabugento, chato, implicativo... mas não pensei que fosse assim tanto. E estou prestes a viciar-me em chiclets, à custa de deixar de fumar.

Mas o que não me disseram é que tal como há os fumadores passivos - aqueles que levam com o fumo dos fumadores - há outra categoria de pessoas que sofrem tanto como eles, são aqueles a que eu me lembrei de chamar stressados passivos.
É que aturar uma colega de trabalho que está a deixar de fumar está a pôr-me os nervos em franja...

segunda-feira, setembro 12, 2005

O Almoço

Foi um almoço leve (mas com o peso do mundo).
Foi um almoço breve (e que soube a eternidade).
Quero lembrar-me de tudo e não consigo! A memória... (ah, a memória...)
Tu comeste uma sopa e um sumo. Eu, uma salada e gelatina... ou foi ao contrário?
Só me lembro do teu sorriso e do teu perfume.
Falámos de quê...?
Chegámos a falar?
O sorriso. Sim, do teu sorriso lembro-me bem. E do perfume, também não esqueci o teu perfume.
Queria perguntar-te tanta coisa. Não me lembro se o fiz... não me lembro se deixaste... não me lembro se fui capaz...
Mas do sorriso lembro-me bem. E do perfume. Do perfume também.
No final, se calhar ficámos a saber o mesmo um do outro. Se calhar porque foi um almoço leve. Se calhar porque foi um almoço breve.
Mas agora conheço o teu sorriso.
E o teu perfume.

quinta-feira, setembro 08, 2005

O Verde

A- Porque é que optou pelo verde? Alguma razão especial?

P- Parece-me que fica bem, neste layout. Como não me pediram nenhuma cor, nem me disseram que não queriam nenhuma em particular, optei pelo verde. Fica com um aspecto fresco, limpo, parece-me moderno.

A- Pois, mas se reparar não é uma cor que esteja na moda. Oriente-se por outras brochuras de empresas grandes. Não estamos aqui para inventar nada! Veja o que se faz por aí, e faça dentro da mesma linha... tem aqui um exemplo, este livrinho do BPI. Está a ver? Usa outras cores e outras formas... (enquanto folheava o livro) eehh, bem, aqui por acaso também usam verde. Mas não é o mesmo tom que você usou. Tem aí a cópia para compararmos?

P- Não. Está ali na secretária. Vou buscar.

A- Não é preciso. Isto é só um exemplo... vamos ver outro que aqui tenho ...bem, este também usa verdes, mas são mais escuros... Ah! Tenho aqui outros... Veja este. Este não tem verdes.

P- Pois não. Deixe ver... Isso é um catálogo de 2000. Não estará um pouco desactualizado?

A- Mas isto é só um exemplo, não é para copiar. É só para ter uma ideia do que quero.

F- Então A. já viste essa proposta? O que achas?

A- Estava aqui a dizer ao P. para escolher uma cor que estivesse na moda, em vez do verde.

F- Mas o verde está na moda. Ainda ontem estivemos no PEB e a maioria dos stands estavam decorados nessa cor.

A- Talvez... mas o verde proposto é diferente destes exemplos que aqui estão. (Virando-se para P.) Vá lá buscar a impressão, por favor.

...

P- A mim parece-me muito próximo desse do BPI, e daquele que mostrou depois.

F- E é igual àquele catálogo que tens aí...

A- OK. Está bem! Mas eu não gosto de verde...

sexta-feira, setembro 02, 2005

Corpo Dormente

Hoje dei de caras com o blog do Bruno Nogueira. Para quem não conhece, é aquele tipo muito alto que conta umas piadas...
Na linha do que conhecemos dele na TV, foi fácil encontrar textos de refinado humor.
A surpresa aconteceu com os outros textos. Pois se os de humor são fabulosos, os outros são excepcionais.

Deixo-vos com este, que escolhi devido ao tema ser próximo do meu último post.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Brasil

Sentei-me e pedi uma caipirinha. A iluminação da esplanada - não sei porquê - fez-me lembrar o Brasil.
Recordei a primeira noite no Rio de Janeiro, numa esplanada próxima do hotel. Aí, poucas horas após a chegada já partilhávamos umas Skol de 70cl com companheiros e companheiras de hotel acabados de conhecer.
O calor do princípio do Verão puxava a bebida e depois das Skol vieram as caipirinhas.

Aqui, na esplanada onde estou agora, não está calor, a música não é brasileira e a caipirinha não é tão boa, mas continuo a lembrar-me do Brasil.

Será dos sem-abrigo, ali ao fundo, a dormir sob os claustros?

terça-feira, agosto 23, 2005

Identificação 2

Nem de propósito...
Acabo de ver o noticiário da hora de almoço e foi anunciado um projecto que prevê a criação de um Cartão de Identificação Único. Vamos ver quando fica pronto...
Até lá, continuo sem cartão de beneficiário!

segunda-feira, agosto 22, 2005

Identificação

Fui, há cerca de 15 dias, à Loja do Cidadão e aproveitei para ir ao balcão da Segurança Social pedir o histórico de descontos, sem ter comigo o Cartão de Beneficiário.

Aguardo o envio desse cartão desde Outubro de 1999, quando comecei a trabalhar. Das várias vezes que me dirigi àquele serviço voltei a pedir o envio do mesmo, com urgência. Da última vez, há cerca de um ano e meio, fui informado de que estavam a ser estudados novos cartões com nova numeração, pelo que todos os beneficiários receberiam o novo cartão, sem necessidade de o requerer.

Assim, quando o funcionário que me atendeu me pediu o número de beneficiário, ri-me, informando-o que não tinha cartão e porquê. Aproveitei para perguntar se os tais cartões novos seriam entregues em breve e fiquei aparvalhado com a resposta. Pois a verdade é que esses cartões ficaram prontos, chegaram mesmo a ser entregues algumas centenas ou milhares mas entretanto o logótipo da Segurança Social foi alterado e todos os cartões recolhidos. Foram, portanto, literalmente deitados ao lixo mais uns quantos euros e atrasado o processo de emissão dos cartões.

Poderia esperar-se que sem a minha identificação não conseguiria ser atendido, mas não. Através do número do Bilhete de Identidade foi possível aceder ao meu processo e obter a informação pretendida.

Perguntas que advêm deste episódio:

- Se é possível a identificação dos beneficiários através do BI, para quê um cartão específico?

- E para quando a existência de um único cartão que reuna toda a informação dos cidadãos (BI, contribuinte, beneficiário, saúde...)? Já começa a ser feito o cruzamento de dados... Será que só vão pensar nesta hipótese depois de enviarem os novos Cartões de Beneficiário a toda a gente?

sexta-feira, julho 29, 2005

Descanso!!!

Falta menos de uma hora para entrar de férias. Não fiquem com inveja!
É só uma semana, mas vai saber muito bem.
Portanto, provavelmente, durante a próxima semana não vou actualizar o blog. Mas prometo que no regresso vou encher o novo fotolog de imagens bonitas.

Aos que também vão de férias: Divirtam-se.
Aos que não vão: Bom trabalho.

Bandeirada

Devido a uma avaria no meu carro, ontem e hoje tive de requisitar o serviço de táxi para me deslocar para o trabalho. Talvez já há uns 10 anos que não andava de táxi. Na altura, ao chegar a Braga depois dos fins-de-semana em família, usava este meio de transporte para ir da Central de Camionagem para casa.

E ao fim destes 10 anos, de novo os suores frios se apoderaram de mim... O que julgava ultrapassado ou esquecido reapareceu. Aquela sensação aterradora por que todos passamos ao entrar num táxi. Voltou aquela dúvida. Aliás, voltou A DÚVIDA!

- Sento-me à frente - ao lado do taxista - ou no banco de trás?

Fico sempre nervoso perante esta escolha... O tempo que medeia entre o táxi parar e eu entrar nele parece infinito. Consigo nesses escassos segundos analisar quase todos os prós e contras de cada opção.
Se escolho ir atrás pode parecer que quero manter a distância com o condutor, numa postura altiva ou de superioridade. Por outro lado, ir à frente presupõe uma proximidade que na realidade não existe com a agravante de ser suposto "fazer" conversa.

E isto de conversas de circunstância é das pior coisas por que posso passar. O mais frequente é manter-me calado, após indicar para onde quero ir. Mas o silêncio que se instala pode ser deveres incómodo, interrompido a espaços pelo som distorcido da central: "tsssst... Carro 38 à Rua do Raio... tsssst... junto ao Centro Comercial do Rechicho... tsssst..." E depois, de novo o silêncio.

Por vezes, um ou outro taxista, tenta começar uma dessas conversas com as deixas habituais:
- "Em pleno Verão e de chuva... isto já ninguém percebe nada. Nem se sabe com que roupa devemos sair de casa... mas pelo menos dá uma ajudita aos Bombeiros, que isto este ano parece que ainda está pior que o ano passado."
- "Pois é", respondo eu.
- "Mas a culpa é do Governo, é uma cambada de chupistas. É só Venha a nós, Venha a nós, e o Zé Povinho é que se lixa..."
- "Mas a culpa de quê? Da chuva, da roupa ou dos incêncios?"
- "De tudo! Que eles vão p'ra lá, mas não percebem nada daquilo. É só tachos..."
- "Pois, mas por muito maus que sejam, estão lá porque alguém votou neles."
- "Eu é que não fui! Já não voto vai p'ra mais de seis anos, qu'eu não acredito em nenhum. São todos uns aldrabões... Não se aproveita nenhum."
Por esta altura a conversa começa a deixar de ser de circunstância. Começo a ter vontade de argumentar mas, (in)felizmente, estou a chegar ao destino...

- "São três euros e cinquenta e quatro."
- "A conversa está incluída?"

segunda-feira, julho 25, 2005

Novidades

Acrescentei uma funcionalidade a este blog. A partir de agora é possível enviar por mail qualquer dos posts aqui publicados bastando para tal clicar no icon do envelope (no final do post, ao lado do link dos comentários). Só não sei se isto interessará a alguém...

Entretanto estou a preparar um novo fotolog. Descobri um serviço melhor que o www.fotolog.net.
Entre outras possibilidades, permite-me adicionar 60 fotos/mês em vez de 1 foto/dia.
Logo que tenha lá as primeiras fotos, eu aviso. De qualquer forma fica já o endereço: http://portus.buzznet.com

quinta-feira, julho 21, 2005

É assim...

É assim, esta é uma expressão que já me irrita.
É assim, conheço algumas pessoas que já não conseguem começar uma única frase de outro modo.
E é assim, se ainda estivessem a explicar a alguém como se faz qualquer coisa, era compreensível. Alguém pergunta: "Olha lá, como é que se envia um fax?" e a resposta, enquanto se demonstra o funcionamento da máquina, seria: "É assim." É assim que se deve usar o "É assim."
É assim, o pior é que isto parece ser contagioso.
E é assim, podem querer dizer-me uma coisa importantíssima ou que seja do meu total agrado, mas é assim, se a começam desta maneira estragam tudo.
É assim, um destes dias começo a contar em voz alta o número de vezes que as pessoas com quem estou a falar dizem "É assim..."
E é assim, talvez até consiga que deixem de dizer tantas vezes.

É assim... prontos.

terça-feira, julho 19, 2005

Silly Season

Está aí a Silly Season!
Não sei se há um dia definido para o ínicio desta época, mas ontem vi uma notícia já em jeito de prenúncio das que se avizinham...
Era a notícia de um norte-americano que bateu um novo recorde: o de fazer rodar o maior aro em volta do corpo (Hoola Hoop). Importantíssimo! A nível mundial, devo salientar, pois vi primeiro num canal nacional - RTP1 (?) - e depois na idónea CNN...

O que nos vale, em Portugal, é que a Silly Season coincide com a época de incêncios, senão era um não parar de recordes e curiosidades e animais acrobáticos e concursos malucos e férias de ministros... Assim pelo menos vamos tendo umas notícias importantes: os incêndios!
Aliás, começo a suspeitar de que alguns são ateados pelos jornalistas. Afinal, nesta época, eles não têm o que noticiar - porque o MUNDO também entra de férias, como todos sabemos.

Todavia, começa a ser também repetitiva esta história dos incêndios. Já está muito batida. A única coisa que muda são os locais. Nos anos pares é nuns sítios, nos ímpares é noutros para os primeiros poderem voltar a ter vegetação.
Já a conversa dos ministros e demais responsáveis é a mesma todos os anos, sejam pares ou ímpares: "Está a ser estudado um programa que entrará em curso no final do Verão de forma a não se repetir esta calamidade no próximo ano. Blá blá blá...".

Um destes dias, na mercearia da minha rua, dizia uma senhora com os seus 60 e muitos anos, que no tempo do Salazar não era nada desta desgraça - referindo-se aos incêndios. Tive de intervir. Incomoda-me sempre este comentário: "No tempo do Salazar é que era"! Em especial vindo dos que ajudaram a fazer ou viveram a revolução... Daqueles que frequentemente dizem que a juventude "está perdida" e outras frases do género... Dizem-nos que temos de aprender o significado da Liberdade e depois saem-se com estas...
Mas o que me assusta mais nestes comentários é que são sinal de descontentamento e desconfiança em relação aos políticos. Em grande parte devido às promessas não cumpridas ano após ano. Como esta, recorrente, dos programas de combate aos incêndios.
Foga-se, que já cansa!

quarta-feira, julho 06, 2005

O Jantar

Um jantar é uma óptima ocasião para que, armadas de faca e garfo, as pessoas se conheçam melhor.
Desde há muito tempo que considero fundamental, para não dizer imprescindível, ter a hipótese de jantar com alguém antes de considerar essa pessoa um(a) amigo(a). Esta é uma condição necessária, mas não uma condição suficiente.
E tem mesmo de ser um jantar, ou eventualmente um lanche ajantarado. Nunca um almoço: os almoços são de negócios, ou a correr, ou de família ao fim-de-semana. Os jantares sim, são propícios ao conhecimento mútuo. Não há pressas, logo a conversa pode fluir mais à vontade.
Mas não é só pelas opiniões emitidas que as pessoas se podem conhecer melhor num jantar. Às vezes bastam os temas abordados para permitir aferir sobre os comensais presentes.
Acho curiosa a frequência com que, num jantar onde as pessoas não se conhecem bem, se começa por falar precisamente de Comida. Não necessariamente da comida servida nesse jantar, mas de comida em geral: do que se gosta; do que não se gosta; deste restaurante que «serve um arroz de pato muito bom»; daquele que «tem um marisco do melhor»; do outro que «possui uma garrafeira excepcional»; daquela receita de caldeirada que se aprendeu com a avó; do leite-creme feito pelo pai; da vitela assada da tia...
E é no meio desta lista gastronómica que se descobrem algumas características não explícitas daqueles que estão à mesma mesa. A referência a determinados restaurantes é um possível indicador da situção económica e a alusão à avó, ou tia, ou padrinho que cozinha tão bem, pode dar dicas sobre a relação com a famila.
O engraçado disto é que mesmo que usemos todos estes sinais para tirar ilações sobre alguém, na maior parte das vezes não o fazemos conscientemente. No final de um jantar talvez nos limitemos a dizer que simpatizámos mais com uma ou outra pessoa, e nem sempre sabemos explicar porquê.

Da próxima vez que tiverem um destes jantares, pensem nisso.
E bom proveito!

terça-feira, julho 05, 2005

Fotolog

Criei outro blog, ou melhor um fotolog. Vai ter uma actualização menos frequente que este blog, mas passem por lá e deixem os vossos comentários.

No entanto vou continuar a colocar aqui as fotos que achar indicadas para ilustrar estes textos...

O fotolog está em:
http://www.fotolog.net/jportugal/

Se preferirem podem usar o link, aqui do lado direito.

Nota: Os utilizadores de Mac devem usar o browser Safari, com o Internet Explorer dá asneira...

sexta-feira, julho 01, 2005

Politiquíces

É verdade que temos em Portugal uma infinidade de situações caricatas, se não absurdas, mas tenho algum cuidado em evitar os clichés do género: "Só mesmo em Portugal é que isto podia acontecer" ou "Este país nunca há-de andar para a frente". Todavia não deixam de me indignar algumas surpresas que certos compatriotas nos preparam.
Estou a referir-me concretamente a duas situções que considero perfeitamente descabidas de dignidade e são, geograficamente, relativamente próximas uma da outra. São elas as candidaturas de Fátima Felgueiras e Avelino Ferreira Torres a presidentes das autarquias de Felgueiras e Amarante, respectivamente.
Como é possível ter descaramento para avançar com estas candidaturas? Acredito que os dois se achem merecedores de ocuparem os cargos. Não percebo com que argumentos, mas acredito. Já não percebo é como é que há uma equipa que os apoia... Como é possível que esta senhora e este senhor tenham uma legião de seguidores?
Parece que cada vez mais é preciso ser-se trapaceiro, andar em negociatas obscuras, roubar dinheiros públicos ou praticar crimes afins para se ser considerado uma pessoa às direitas. Mas afinal que pouca vergonha é esta?

Podem dizer-me: "O que tens tu a ver com isso? Não és de nenhum desses Concelhos, nem habitas lá. Além do mais, se quem lá está votar neles, quem os atura não és tu". Pois é, mas os meus impostos não vão só para o Concelho donde sou ou onde habito. E não consigo aceitar que me peçam para apertar o cinto se vejo indivíduos como o Sr. Avelino ou a Srª. D. Fátima chegarem a presidentes de Câmara impunemente.

Se calhar é por estas e por outras que este país nunca há-de andar para a frente...

Ah! Esqueci-me de incluir na lista o Sr. Isaltino Morais, o Major Valentim Loureiro... e quantos mais?

terça-feira, junho 28, 2005

Parabéns!

Não sei se onde estás consegues ver, mas pode ser que alguém veja e te diga... Mas hoje era o teu dia, por isso aqui fica um beijinho enorme.
Parabéns Mãe!

sábado, junho 25, 2005

Que isto de paixões...

Estou a um passo de me deixar levar novamente pela vontade de me apaixonar. Que isto de paixões por vezes também vai da vontade que temos... e algumas vezes não tive essa vontade. Ou então não tive essa coragem. Preferi, nessas ocasiões, resistir à paixão do que enebriar-me com o que receava poder ser apenas uma ilusão.
E não, não significa que parta derrotado, significa que na maioria das vezes nem sequer parta.
E estou a um passo de me deixar levar novamente pela paixão. Que isto de paixões por vezes também vai de nos deixarmos levar...

quinta-feira, junho 23, 2005

Bracara

Posso dizer que conheço suficientemente bem esta cidade. Consigo manter uma conversa sobre vários aspectos – históricos, arquitectónicos, toponímicos, sociais... – com qualquer bracarense. Por vezes, sobre um ou outro assunto, consigo até surpreender-me com a familiaridade com que falo da cidade e das suas gentes. É o resultado desta estadia de 13 anos.
Todavia, em certos momentos sinto-me um completo forasteiro. Tenho consciência de que tenho um bom conhecimento de apenas um número restrito de ambientes. Há toda uma cidade por conhecer. Há realidades em Braga que desconheço por completo. Se me abstrair dos meios que frequento ou frequentei, não conheço quase nada. E dou por mim perante uma infinidade de novidades, que nem sempre me disponho a conhecer, por não ser filho desta terra...

terça-feira, junho 14, 2005

Notícias

A notícia boa:
Após 6 meses da aquisição do meu PC e de o ter levado por várias vezes à casa onde o comprei (devido a um problema que parecia ser da placa gráfica) e sempre sem resultados, consegui hoje, finalmente, que fizessem um "rastreio" mais minúncioso...

A notícia má:
Ao contrário do que esperariam os técnicos que foram lá a casa inspeccionar a máquina, não conseguiram resolver o problema. E acabaram por ter de levar o computador, por tempo indefinido... para testes.

A notícia desejada:
Espero que me liguem dentro de pouco tempo a informar-me da resolução do problema.

A notícia temida:
A resolução do problema vai custar-me os olhos da cara...

sexta-feira, junho 10, 2005

Surpresa

Descobri no último fim-de-semana de Maio o Museu dos Biscaínhos. A visita do meu pai a Braga foi a desculpa para finalmente me resolver a conhecer aquele espaço. E que espaço!
Reconheço que o museu em si não me conquistou totalmente, mas apenas porque o seu espólio não faz parte das minhas preferências museológicas.
Todavia o jardim do Museu suplantou de longe todas as espectativas.
É, ouso afirmar, o melhor lugar da cidade para nos perdermos, e em pleno centro urbano.
Ao fim de quase treze anos a viver em Braga encontrei um cantinho de paraíso, e aqui tão perto...

quarta-feira, junho 01, 2005

Faltas-me tu!

Faltas-me tu! Percebo a tua ausência em cada minuto; Sinto-me incompleto a cada noite que não estás a meu lado; E cada mês que passa é mais difícil de suportar. Já são muitos anos sem ti e ainda não me habituei à ideia.
Não imaginas a quantidade de peripécias, gargalhadas, lágrimas, músicas, silêncio, cheiros, cores, paisagens que quis partilhar contigo. Mas tu não estavas... Faltou-me aquele teu olhar cúmplice, aquele teu piscar de olho, aquele teu toque discreto por baixo da mesa, aquele teu riso... aquele teu silêncio.
Podes não acreditar, mas não encontrei substituta ao teu nível. Bem que procurei quem pudesse preencher alguns desses teus requisitos – já não pedia que fossem todos – mas tem sido tarefa vã.
E aqui estou novamente, naquela esplanada de onde se vê a cidade de cima – lembras-te? – a partilhar a música ambiente com dois pares de namorados. Daqui tem-se uma vista privilegiada sobre a cidade e não sendo cedo percebe-se ainda muito movimento.
Pergunto-me se andas por aí... Vais sair hoje? Se calhar eram do teu carro as luzes que acompanhei com mais atenção, há uns instantes atrás. Se bem que me chegaram uns rumores de que já não moras cá. Uns, dizem que mudaste de cidade, outros, que mudaste de país. Não me surpreendia. Sempre foste de levar as tuas ideias avante. É também isso que me atrai em ti!
Não te conheço ainda, é verdade. Ainda não sei quem és. Mas sabes que não descansarei enquanto não te encontrar.
Estejas onde estiveres.

quarta-feira, maio 25, 2005

Há sempre uns mais iguais que outros...

Quando ouvi falar pela primeira vez da história do cineasta Ivo Ferreira, preso no Dubai por consumo de haxixe, achei que não tinha percebido bem a notícia. Mas era verdade, o governo português tinha intercedido com um pedido de clemência... Concordo com a ideia de prestar apoio jurídico a compatriotas que estejam no estangeiro, de forma a poderem ser defendidos. Já não consigo perceber tão bem é a apresentação de um pedido de clemência, num caso em que não havia dúvidas sobre a culpa do cinesta... mas pelos vistos funcionou: Ivo Ferreira foi libertado no dia 10 de Maio.

Esta semana os telejornais voltaram a lembrar o caso dos portugueses detidos na Venezuela em Outubro do ano passado. Em particular referiram-se a Luis Santos, co-piloto da Air Luxor que se encontra em prisão domiciliária por alegado tráfico de droga. Neste caso não está provado que o co-piloto seja culpado - é até bem provável que não esteja - mas aqui o governo português escusa-se a intervir, alegando que «não é possível fazer mais nada porque o assunto está sob a alçada da Justiça venezuelana». Como assim?

Então é possível intervir em defesa de um português que praticou com efeito um delito no Dubai e não se podem fazer diligências para garantir uma defesa justa a outro português preso na Venezuela por alegado narco-tráfico?
Decididamente há coisas que não consigo compreender...

terça-feira, maio 24, 2005

Exemplo

Se calhar até estavam de serviço. Se calhar até nem íam demorar muito tempo. Se calhar não estava a incomodar assim tanto. Se calhar até já havia mais carros estacionados ali.
Se calhar até podiam ser estes os argumentos de qualquer outro condutor que ali tivesse deixado o carro noutro dia, ou noutra hora. E se calhar esses argumentos não serviriam de nada noutro dia ou noutra hora, se eventualmente o serviço nesse dia ou nessa hora fosse passar multas de estacionamento... mas ontem eram suficientes...

A foto abaixo foi tirada ontem cerca das 20:30h.

segunda-feira, maio 23, 2005

Benfica Campeão

Não, não sou benfiquista... Aliás sou dos poucos homens que conheço que não liga puto a futebol. É verdade que simpatizo com o FC Porto, mas não me perguntem o nome dos jogadores, que eu não sei. Talvez por isso não tenha problemas nenhuns em dar os parabéns ao Benfica.
No entanto ontem assisti à 2ª parte dos dois jogos que decidiam quem seria o campeão desta época... Sim, à 2ª parte dos dois jogos, porque ligaram-se dois televisores para acompanhar ambos os jogos em simultâneo. Para ser sincero eu dei mais atenção às moelas, panadinhos e cerveja do que a qualquer dos jogos, mas ainda assim fiquei triste quando o FC Porto se deixou empatar.
Como era previsível, após ser conhecido o campeão, quase todos os canais (com honrosa excepção da 2) dedicaram o seu tempo à notícia da noite.
Só que, como nos tem habituado a TV nacional, o que vimos foi um não mais acabar de não-notícias. Compreendem-se as entrevistas aos jogadores, técnicos e dirigentes envolvidos, também se percebem as ligações em directo ao Estádio da Luz e alguns outros pontos de concentração de adeptos. O que já é discutível é o tempo que dedicavam a cada um destes directos, na maior parte das vezes para acrescentarem absolutamente nada ao que já se sabia.
Foi particularmente entediante a ligação à Avenida dos Aliados, no Porto (julgo que na RTP1) deliberadamente à espera de apanhar um qualquer confronto entre adeptos e PSP.

O que também não percebo é esta nova moda de fazer directos sobre tudo e nada - mais frequentemente sobre nada - a partir das capitais de distrito... A cada notícia que se julgue de interesse nacional lá vão as equipas de reportagem para a ruas, de Bragança a Faro, de Ponta Delgada a Braga. A notícia de ontem à noite não foi excepção, aliás, admirei-me como demoraram tanto tempo a entrar no ar os repórteres espalhados por esse país... Parece-me que para os corpos editoriais dos nossos canais televisivos é esta a ideia que têm de descentralização. Há equipas espalhadas por todo o país a todo o momento, mas acho que só lá estão para cobrir dois tipos de situações: quando há um crime ou estória macabra ou então para estes directos estúpidos... Não seria interessante aproveitar esses recursos para dar notícias locais? Há os que argumentam: "O que é que a mim me interessa o que se passa em Faro, se sou de Viseu? Ou que actividades há em Aveiro se estou em Lisboa?". Agora pergunto eu: "O que é que interessam ao resto do país todas as não-notícias de Lisboa com que somos bombardeados diariamente?".

António Variações

Agora que António Variações volta a estar em alta, em parte por culpa do projecto Humanos, irá realizar-se em Amares um tributo a este músico precocemente desaparecido.
A iniciativa, que partiu do grupo Neurónios Abariados, terá lugar na Praça do Comércio no dia 11 de Junho, pelas 22h, integrada no programa das Antoninas 2005.
Apareçam!

quinta-feira, maio 19, 2005

Algumas considerações (Denúncia II)

Começo por solicitar as todos os que queiram deixar comentários aos posts deste blog que se sintam à vontade para isso, no entanto agradeço que evitem fazer comentários aos comentários dos outros... para isso podem criar fóruns. Não desejava que este blog ficasse atolado de comentários aos comentários... Se eventualmente isto não for respeitado terei simplesmente que cancelar a possibilidade de deixarem comentátios. Peço-vos também o favor de moderarem a linguagem. Desde já, muito obrigado.

No entanto, e porque este é o meu blog, reservo-me o direito de editar um post em jeito de resposta aos comentários que aqui deixarem (podem sempre comentá-lo). Assim, e referindo-me directamente aos comentários enviados por "pm" e "eu" (?) ao post "Denúncia", gostava de deixar os seguintes reparos:

1- Este é um blog pessoal, pelo que não falo em representação de ninguém. A carta aberta que reproduzi (e isso está explícito) foi distribuída pela Azeituna. Com isto resulta evidente que o apelo ao boicote é uma opinião pessoal, por partilhar da indignação que este caso provoca. Como devem calcular não consigo imaginar-me a ajudar monetariamente alguém que bateu num amigo meu. Salvarguardo, no entanto que não tenho absolutamente nada contra quem quer que seja que esteja ligado ao espaço Sabão Rosa e que não tenha participado neste acto de cobardia.

2- Por falar em amizade, respeito e compreendo perfeitamente a vossa tomada de posição em relação ao vosso amigo Ganguinha. Aliás foi essa reacção de solidariedade, mas para com o meu amigo André, que me fez publicar esta denúncia.
Percebo que acreditem na versão do Ganguinha, é vosso amigo. Tal como devem perceber que eu acredite na do André. É meu amigo; Percebo que digam que conhecem o vosso amigo e que ele era incapaz de tal atrocidade. Tal como devem perceber que eu conheço o André e que ele é incapaz de inventar tal coisa; Até percebo que apesar de condenarem a acção da Azeituna por generalizar no Sabão Rosa acções individualizadas, vocês tenham feito exactamente o mesmo ao falarem da Azeituna como fizeram, afinal ele é vosso amigo. Acontece que há uma diferença entre as duas tomadas de posição e é esta: eu não estou a defender o André só porque ele é meu amigo e acredito nele. Eu vi o estado em que o deixaram e isso sim é lamentável! Ele foi brutalmente espancado e sobre isso não há dúvida absolutamente nenhuma!

3- Referindo-me particularmente ao comentário de "eu", a determinada altura lê-se: "...o mail que fez circular é de uma cobardia imensa". Não percebo como alguém que assina "eu" ou "Absofuckingfriends" e não usa o próprio nome num texto tão inflamado pode falar de cobardia nos outros...

4- Em relação às críticas que lançam à Azeituna e ao comportamento dos seus elementos, se desejarem, podemos também dissertar sobre esse assunto, mas isso será noutro post.

terça-feira, maio 17, 2005

Barcelona, rima com quê?

Se os criadores fossem portugueses, poder-se-ía supor que esta fosse a pergunta que originou a ideia deste cartaz.
Para promover o 12º Festival Internacional de Cine Erótico de Barcelona nada mais óbvio que utilizar uma imagem de... um olho. Afinal, esta não é uma associação lógica? Cinema-Imagem-Olho?

Mas podemos sempre olhar para isto de outra forma... e neste cartaz é perfeitamente evidente a forma como uma imagem banal, com um significado simples pode tomar uma perspectiva totalmente diferente se vista de outro prisma. É também assim que se define uma boa publicidade...

Agora imaginem se aos publicitários lhes dá para inverter o sentido deste cartaz e aproveitam a ideia para anúnciar óculos ou lentes de contacto no canal Viver/Vivir... havia de ser bonito!

segunda-feira, maio 16, 2005

Alma de Viajante

Há 300 dias atrás, no final de Julho de 2004, o Filipe partiu para realizar o seu sonho. Um sonho simples na sua essência, mas um pouco mais complicado no que toca à sua concretização.
Como ele próprio refere no seu travelogue o que pretendia era viajar "em redor do globo terrestre durante um período estimado de 16 meses"... 300 dias já estão cumpridos.

É um óptimo exemplo de determinação. Não sei de muitas pessoas que tenham levado tão a sério o seu sonho. E admiro muito o Filipe por isso.

Com cerca de dois terços da jornada cumprida não posso deixar de fazer referência a este companheiro. Podem acompanhar a viagem do Filipe e deliciar-se com os seus textos e fotografias no seu site oficial. O link para o travelogue está aqui mesmo ao lado. Basta clicar em "Alma de Viajante".

Esta é para ficarem com uma imagem do que podem ver lá...

Foto: Filipe Gomes

Camarão

Num anúncio televisivo recente - já não me lembro a que produto ou serviço - juntavam imagens de produtos complementares... entre vários pares aparecia o camarão e o alho, numa alusão clara às Gambas al Ajillo (não sei se a receita é originalmente espanhola, mas o nome é de certeza).

Esta é uma das propostas de um conhecido espaço de restauração em Braga. No entanto os menos atentos talvez não reconheçam este petisco entre as sugestões...
Como se percebe pela lista, não se trata de uma qualquer taberna, mas ainda bem que não têm pratos de origem inglesa...

quinta-feira, maio 12, 2005

Denúncia

Não posso deixar de registar aqui o meu repúdio e denúncia do sucedido na noite de segunda-feira na zona envolvente ao Gatódromo. É vergonhoso que alguns cobardes sem escrúpulos se dignem praticar tais acções.
O que se passou é explicado na carta aberta que a Azeituna está a fazer circular e que reproduzo abaixo.
Apelo a todos para que, independentemente do rumo que está infeliz história tomar, se inicíe um boicote ao espaço Sabão Rosa, em Braga. Peço-vos também que façam chegar esta informação a todos os vossos contactos.

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A Azeituna – Tuna de Ciências da Universidade do Minho, vem por este meio dar conhecimento e solicitar as devidas medidas, perante uma situação que achamos ser deveras preocupante e meritória de mediatização.

  Após uma noite de alegria e sem qualquer tipo de problema apenas o da fome, companhado por uma colega estudante, um elemento trajado da Azeituna (pois havíamos tocado no recinto do Enterro da Gata) foi brutalmente espancado por um dos sócios do Sabão Rosa de nome Ganguinha com a ajuda do DJ residente e mais dois indivíduos. Apenas com o pretexto de arranjar confusão, numa manobra de
carro intimidatória, pediram o cachorro quente que o André comia. Perante a recusa tornaram-se agressivos e começaram a ameaçar com empurrões. Como esta situação se deu mesmo na saída do recinto e como ainda estava bastante gente a passar, sendo eles pessoas bastante conhecidas (o que denota premeditação) foram para outro local um pouco mais a frente e quando não viram gente, apenas o Azeituno André e respectiva colega, agrediram-no sem justificações de tal maneira que este teve de ser hospitalizado e nem o pedido de algumas raparigas que passavam chocadas com a anormalidade os levou a parar com a barbaridade do espancamento.

  Tendo eles consciência que se tratava de um estudante universitário, pessoas que mantêm uma relação de parceria com a Associação Académica (que representa e defende os direitos dos estudantes, não os interesses económicos ou outros), pensamos que é devido consideração e medidas, que para além da queixa já apresentada na polícia, deveriam resultar em sanções e repercussões no meio social e estudantil desta Cidade e desta Academia. Os agressores sem qualquer tipo de problema de consciência, como se nada tivesse sucedido continuam a frequentar a “festa” dos estudantes, na qual tem uma tenda profissional. Para eles este acto cobarde não passou de uma situação banal, não existe nada mais banal que quatro indivíduos espancarem um estudante.
Se isto não for denunciado, amanhã o agredido pode ser um outro e as consequências podem ser bem mais dramáticas.

Saudações cordialmente académicas.
P’la Azeituna,
A Direcção

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terça-feira, maio 10, 2005

Levanta-te e Ri

Ontem o "Levanta-te e Ri" foi emitido a partir de Braga. Foi a
oportunidade para pregar uma partida ao João Seabra... Colámos nas laterais da carrinha dele dois autocolantes meio "azeiteiros" a publicitar as suas actuações :)

Como a imagem não é muito boa, o que está escrito no autocolante é:

J.B.B. Seabra
"Eu bim de Braga..."
Chalaças•Anedotas•Casamentos
Baptizados•Comédia ao Domicílio
Aceita-se colaboradora

Não percebi porque é que ele só dizia "Eu não acredito que vocês fizeram isto..."


segunda-feira, maio 09, 2005

Cheguei!!

Aqui estou! Finalmente decidi-me a entrar na Blogosfera!
Não tenho pré-definido o rumo ou finalidade deste blog, mas espero descobrir depressa...