segunda-feira, janeiro 30, 2006

Neve

Notícia de abertura dos telejornais de ontem: "País coberto de neve".

Tendo uma viagem longa pela frente - e dado que passaria por zonas onde é habitual nevar - tive o cuidado de telefonar à Brigada de Trânsito da GNR para saber o estado das vias que ía utilizar. "Não temos informação de nenhum problema", responderam-me. E realmente, tendo percorrido perto de metade do comprimento do país, não vi neve em todo o percurso (com excepção da Guarda).

Já em viagem percebi o porquê do título da notícia. O que realmente aconteceu é que nevou em Lisboa e lá próximo. E como é sabido, para os nossos canais televisivos (e não só) o que se passa em Lisboa é acontecimento nacional.

Só assim se explica o "País coberto de neve", pois se eventualmente estivesse a nevar em praticamente todo o país menos em Lisboa e arredores, a notícia seria concerteza: "Grande parte do país coberto de neve".

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Lombalgia

A temperatura aqui é ligeiramente superior à de Braga, mas este frio seco, a cuja exposição prolongada o meu organismo já não está habituado, está a deixar mazelas. Vou agora abrir o quarto pacote de lenços de papel desde ontem. Os lábios, gretados de tão secos, doem-me. E de cada vez que preciso de espirrar ou tossir já sei que me espera uma dor aguda.
Fui forçado a prolongar a estadia em Penamacor devido a uma lombalgia aguda ou algo com um nome parecido e igualmente estranho. Ao carregar uma caixa na bagageira do carro, fiz um movimento errado que me provocou uma dor forte na zona dos rins e me condicionou os movimentos… Fiquei assim impossibilitado de realizar a viagem de 330km de regresso a Braga.
A maior dificuldade ou desafio está em descobrir uma posição suficientemente confortável. Seja sentado, deitado ou em pé. Todas parecem não o ser… pelo menos por mais de 5 minutos. E, desta forma, fica inclusivamente complicado fazer algo que pudesse, pelo menos, minimizar este estado de convalescença: ler.
Aguardo o efeito dos medicamentos, que tarda… ou então é a minha paciência que está reduzida… Mas, pelas dores, deve ser mesmo a primeira hipótese. Só pode!

quinta-feira, janeiro 12, 2006

P’rá Gere(*)

O veículo, amarelo e grande, com as luzes rotativas cor-de-laranja acessas parou mesmo em frente ao prédio. Da parte de trás daquele, onde vinham pendurados, saltaram os dois homens do lixo para fazerem mais uma recolha. E assim se repetiu uma das infindáveis paragens que estes homens fazem noite após noite, seis dias por semana.

É curioso o facto de lhes chamarmos homens do lixo...
Com frequência apelidamos homens de “qualquer-coisa” pessoas que possuem, fazem ou estão nessa “qualquer coisa”. Por exemplo, os homens da bola, os homens da televisão, os homens do dinheiro, o homem do talho ou os homens das obras. Nesta perspectiva os homens do lixo deviam ser conhecidos por homens da limpeza porque é isso que eles, na realidade, fazem. Eles não possuem, não fazem nem estão no lixo. Apenas o recolhem.

Reparo agora que as mulheres que procedem às tarefas de higiene em empresas, por exemplo, são as senhoras da limpeza e não as senhoras do lixo ou as senhoras do pano-do-pó... o que parece apoiar este ponto de vista.

Assim, a haver homens do lixo somos todos nós, os que na realidade produzimos as toneladas de resíduos que os homens da limpeza têm de recolher diariamente.

Ou então não. E se calhar vou ter é de mandar este texto para reciclar...


(*) trocadilho, forçado, com o nome da empresa municipalizada responsável pela recolha do lixo em Braga – a AGERE.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

O Grande Duelo

Recebi por e-mail este link para O Grande Duelo.

Trata-se de um conjunto de tiras que contam uma história de "índios e cobóis" e que podia passar-se num qualquer local perto de vós... Está fabuloso!


Nota: Obrigado ao R.C. pelo link.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Anjos & Da Vincis

Comecei no passado Domingo a leitura de Anjos e Demónios, de Dan Brown. Tal como o Código Da Vinci, também este livro me consegue prender o suficiente para só conseguir apagar a luz a horas impróprias para quem tem de acordar às 8 da manhã...
O facto de o início da acção se passar no CERN contribuiu em muito para me cativar - apesar de não trabalhar na área, a minha formação em Física não está esquecida.

No entanto, e não cheguei sequer a 1/3 do livro, parece-me já que a receita é exactamente a mesma que a do livro que li anteriormente (ainda que tenha sido escrito depois):
A história assenta num homicídio com contornos estranhos e cheio de simbologia, num local muito conhecido mas de acesso reservado (Louvre/CERN); Inclui-se uma sociedade secreta (Priorado do Sião/Illuminati) com ideais opostos aos da Igreja Católica; O assassino julga trabalhar para a sociedade secreta; Há elementos do topo da hierarquia da Igreja ao barulho; A acção centra-se no simbologista de Harvard Robert Langdon; num policia rezingão que tudo faz para atrapalhar a vida dos heróis (Jacques Saunière/Olivetti) e numa mulher jovem, bonita, independente e com uma forte personalidade (Sophie Neveu/Vittoria Vetra).

Como disse ainda estou no início deste policial - e não vou adiantar mais nada para não estragar a surpresa a quem não leu nenhum dos livros - mas reconheço já esta repetição da fórmula de sucesso de Dan Brown. Só espero que a "colagem" não seja tão grande que o final fique previsível.

Mais uma nota... O apelido do simbologista (Langdon) é o mesmo do artista e designer gráfico que elaborou os ambigramas para o Anjos e Demónios, John Langdon.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Aviso à navegação

Como podem reparar fiz uma actualização na lista de blogs aqui ao lado...
Acrescentei uns quantos blogs novos, ordenei-os por ordem alfafética e passei a incluir nos de fotografia a anotação (F).

Espero que gostem da selecção e desta pequena melhoria.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Ainda o Natal...

Foi motivo de alguma polémica a recente medida do Governo de retirar os crucifixos das escolas públicas. A verdade é que foi mexer em algo que, na realidade, talvez não incomodasse assim tanto quer laicos, quer não-cristãos. Todavia concordo com o princípio subjacente a esta ideia, dado sermos um Estado laico.

O que não consigo entender tão bem - e partindo da mesma Lei da Liberdade Religiosa - é que o primeiro-ministro José Sócrates use a televisão pública para a sua Mensagem de Natal.

Afinal somos um Estado laico ou não? E se somos, como explicar uma Mensagem de Natal, quando esta é uma celebração cristã? Não deveria o Governo ter mais algum cuidado nesta matéria, especialmente depois da história dos crucifixos?

Opção diferente teve o Presidente da Répública que optou e bem, a meu ver, pela laica Mensagem de Ano Novo.