terça-feira, julho 19, 2005

Silly Season

Está aí a Silly Season!
Não sei se há um dia definido para o ínicio desta época, mas ontem vi uma notícia já em jeito de prenúncio das que se avizinham...
Era a notícia de um norte-americano que bateu um novo recorde: o de fazer rodar o maior aro em volta do corpo (Hoola Hoop). Importantíssimo! A nível mundial, devo salientar, pois vi primeiro num canal nacional - RTP1 (?) - e depois na idónea CNN...

O que nos vale, em Portugal, é que a Silly Season coincide com a época de incêncios, senão era um não parar de recordes e curiosidades e animais acrobáticos e concursos malucos e férias de ministros... Assim pelo menos vamos tendo umas notícias importantes: os incêndios!
Aliás, começo a suspeitar de que alguns são ateados pelos jornalistas. Afinal, nesta época, eles não têm o que noticiar - porque o MUNDO também entra de férias, como todos sabemos.

Todavia, começa a ser também repetitiva esta história dos incêndios. Já está muito batida. A única coisa que muda são os locais. Nos anos pares é nuns sítios, nos ímpares é noutros para os primeiros poderem voltar a ter vegetação.
Já a conversa dos ministros e demais responsáveis é a mesma todos os anos, sejam pares ou ímpares: "Está a ser estudado um programa que entrará em curso no final do Verão de forma a não se repetir esta calamidade no próximo ano. Blá blá blá...".

Um destes dias, na mercearia da minha rua, dizia uma senhora com os seus 60 e muitos anos, que no tempo do Salazar não era nada desta desgraça - referindo-se aos incêndios. Tive de intervir. Incomoda-me sempre este comentário: "No tempo do Salazar é que era"! Em especial vindo dos que ajudaram a fazer ou viveram a revolução... Daqueles que frequentemente dizem que a juventude "está perdida" e outras frases do género... Dizem-nos que temos de aprender o significado da Liberdade e depois saem-se com estas...
Mas o que me assusta mais nestes comentários é que são sinal de descontentamento e desconfiança em relação aos políticos. Em grande parte devido às promessas não cumpridas ano após ano. Como esta, recorrente, dos programas de combate aos incêndios.
Foga-se, que já cansa!

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